De cappuccinos e croissants
Fico aqui, um longo tempo, ouvindo o eco de nossas palavras pela casa vazia. Ouço também o eco de nossas brigas que estão principalmente no nosso quarto. Você se foi de forma súbita, mas mesmo assim não fiquei surpresa nem estarrecida, apenas me senti perdida em meio às angustias da vida. Sabe, mesmo sem você continuo andando pelos caminhos que trilhamos juntos. Vou sempre àquela lanchonete do Cachambi e peço o mesmo cappuccino que costumávamos beber todas as manhãs. E levo pra casa aquele croissant que você adorava. Andando pelo Shopping sempre que me deparo com um casal feliz na fila do cinema lembro da gente. Lembra daquele dia que paramos na estrada e entramos naquele ateliê em Sampaio Correa? Que ficamos encantados diante de uma construção com uma veneziana de janela em patina esverdeada? Ainda posso ver seu rosto admirado de susto quando perguntei para a artista se podia fotografar seu trabalho e o seu sorriso quando ela me disse que sim... Sempre que passeio em Jacon...