Verão
Não chove desde dezembro. O céu é de um azul retinto, sem nenhuma nuvem pincelando a tela. No finalzinho da tarde, ela pega a mangueira e vai molhar a grama. Sempre com os pés descalços. Delícia sentir os dedos dos pés entrando pela água que no início é morna, depois vai ficando fria. O cheiro da terra molhada, a textura da grama sob os pés - chovia de mentirinha na grama, mas o céu continuava azul, sem uma nuvem sequer. Ela não perde a esperança de olhar para cima, pisando na grama verde e alegre. Mas nada. Fica triste. Volta para casa de cabeça baixa. Vai dormir com a sensação de que aquela nuvem em formato de coração que viu uma vez, deitada na grama ainda seca, antes do verão, foi levada embora prá sempre.
Crédito da imagem: Revista Super Interessante
Crédito da imagem: Revista Super Interessante
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