Vem ver a lua

 

Já é noite. Vem comigo ver a lua. Vem comigo ver a lua que está sobre o mar. Repara como repousa o luar - tão calmo - sobre ele, tão revolto. Tão revolto como o meu coração nesta noite. Esta não é uma noite qualquer. É uma noite surreal, como nenhuma outra em nossas vidas. Pois que o mar joga duro suas enormes e líquidas ondas contra as pedras. Ouve o estrondo com que elas se jogam e o silêncio com que se desmancham em espuma, num queixume surpreendido pela lua, como num flash. Um queixume tão igual ao meu, cá nos meus olhos tão líquidos de encontro aos teus, tão rochosos. Vem comigo ver a lua. Repara em todos os seus amarelos e dourados que se espalham pelas águas deste anoitecer - serenos e silenciosos, selvagens e sofridos. Como eu. Já é noite e eu quero ir contigo ver a lua.

Dalva Nascimento




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